Projeto Fapemig EDT 1541 (FAPEMIG)

Projeto FUNDEP: 5734 - RIO DOCE





Elaboração de um Banco de Dados sobre Recursos Hídricos em Minas Gerais -

Biota Aquática com Ênfase na Bacia do Rio Doce.

PLANO DE TRABALHO

Análises físico-químicas da qualidade das águas na bacia do médio rio Doce, Minas Gerais.







B

Bolsista AT - CNPq



(Processo 362346/2004-6)

Bárbara Aparecida da Silva Rêgo

Graduada em Ciências Biológicas .



Coordenador:

Prof. Ricardo Motta Pinto Coelho

Departamento de Biologia Geral

ICB - UFMG

31270-901 Belo Horizonte (MG)

Telefax 031 3499 2605

E-mail: rmpc@icb.ufmg.br



Resumo:

A bolsista deverá participar de análises regulares para a determinação de fatores físico-químcos em laboratório e, eventualmente, de excursões de campo, realizando coletas de água para determinações físico-químicas "in loco" . A bolsista será também responsável pelo processamento das amostras e execução das análises fisicas e químicas elaboração de planilhas, arquivamento dos dados brutos e gerenciamento dos dados resultantes sendo ainda a responsável pela entrada dos dados resultantes no banco de dados. O público, em geral, terá acesso à partes substanciais das informações do projeto, tais informações serão cruzadas com conhecimentos pré-existentes, havendo a possibilidade de construção de gráficos e mapas temáticos, para o enriquecimento da informação.



Introdução:

A Mata Atlântica está entre os biomas mais ameaçados do Brasil, pois apresenta altíssima biodiversidade, sendo considerado o mais prioritário para a conservação da biodiversidade em toda a região neotropical. O vale do médio Rio Doce (MG) abriga mais de 60% da biodiversidade da Mata Atlântica, incluindo uma percentagem ainda maior das espécies endêmicas a esse bioma. A Mata Atlântica do vale do Rio Doce foi reduzida a 4-5% de sua extensão original na região. A Mata Atlântica e o sistema lacustre do médio Rio Doce constituem o maior remanescente do bioma Mata Atlântica em Minas Gerais, totalizando 36.000 ha de florestas, em sua maior parte secundária, entremeadas por um sistema lacustre com cerca de 130 lagos nos mais variados estágios de evolução.(Seeliger, 2002).

Pesquisas realizadas nas últimas décadas mostram que esses lagos tiveram origem nos últimos dez mil anos, período em que o rio Doce transportava grande quantidade dos sedimentos depositados na desembocadura de seus antigos afluentes. Os depósitos formaram barragens naturais, possibilitando o acúmulo da água dos afluentes e, consequentemente, o surgimento dos lagos. (Godinho, 1996).

Esses lagos, era de se esperar, deveriam localizar-se ás margens do rio Doce. No entanto, não é o que ocorre e, para essa aparente contradição, há uma explicação curiosa. Na época em que os lagos se formaram, o rio Doce tinha um leito diferente do atual. O antigo leito foi abandonado, ficando para trás os lagos que já haviam se formado. Tal processo aconteceu mais de uma vez, resultando na presença de dois leitos antigos do rio Doce com várias lagoas associadas. Os ribeirões também formam lagoas, mas em número menor, pelo fato de transportar menos sedimentos. (Godinho, 1996). Em períodos de chuva, ocorre um restabelecimento da comunicação entre rios e lagoas atavés de "pontes". Essas "pontes" possibilitam a passagem de peixes e outros organismos aquáticos das lagoas para o rio e vice-versa, havendo uma modificação na organização da cadeia trófica dos ecossistemas em questão.

Com este trabalho pretendemos fornecer informações sobre a qualidade das águas, de modo que se reflita mais rapidamente e especificamente aos diferentes impactos antrópicos sobre estas. O monitoramento de alguns lagos próximos aos cursos d'água que atravessam o PERD, é um dos principais fomentos desta pesquisa, onde os resultados poderão ajudar a prevenir ou mitigar sutis efeitos antrópicos indesejáveis sobre essa importante reserva de Mata Atlântica. (Pinto-Coelho, 2002).



Objetivo Geral

O presente projeto pretende implementar coletas e organizar as informações pré-existentes no sentido de gerar e disponibilizar via internet, um banco de dados georeferenciado contendo dados sobre a qualidade física e química dos vários corpos d'água da bacia do Rio Doce.

Objetivos específicos:

Analisar a qualidade física e química da Bacia do Rio Doce, em sistemas lóticos e lênticos, através da determinação em campo e laboratório de uma série de parâmetros relativos às amostras coletados no local. Correlacionar esses dados com a qualidade dos sistemas aquáticos do PERD e imediações, levando em consideração as ações antrópicas e sua importância na modificação das características dos mesmos. Disponibilizar esses dados para a consulta, via internet.



Metodologia:

Serão feitas coletas sazonais em sistemas lóticos e lênticos da bacia do Rio Doce com diferentes tipos de impactos antrópicos. As amostras de água serão retiradas dos ambientes e imediatamente resfriadas para em seguida serem levada a laboratório onde serão processadas as análises. Alguns parâmetros tais como temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, potencial redox, turbidez e sólidos totais dissolvidos serão medidos "in loco" com sondas e equipamento multianalisador HORIBA (U22).



Horiba U22



Em laboratório serão realizadas as seguintes análises: demanda bioquímica de oxigênio, determinação da concentração de nitrito, nitrato, amônia, fósforo total, sólidos totais e clorofila-a. Além destes parâmetros, mediu-se também a concentração de coliformes fecais e totais nos ambientes lênticos. O protocolo das análises seguiu os procedimentos descritos em (APHA,1998).

A série nitrogenada (nitrito, nitrato e amônia) seguirá o método colorimétrico, (APHA,1998).

O fósforo total será obtido pelo processo de digestão por persulfato de potássio nas amostras, (APHA,1998).

Os dados de sólidos totais serão resultantes da queima em mufla, (APHA,1998).

A clorofila-a será analisada pelo processo de acetona a frio over-nigth, (APHA,1998).

A DBO será analisada segundo o método iodométrico, (APHA,1998).

Os coliformes foram determinados segundo a técnica de tubos múltiplos , (APHA,1998).





Resultados esperados:

Espera-se a partir dos resultados das análises laboratoriais chegar a dados consistentes acerca da qualidade da água, relacionando esses dados com a ação antrópica e sua influência na organização dos ecossitemas existentes no PERD.

Cronograma:



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IV - - - - - x - - - - - x - - - - - x - - - - - x
V - - - - - - - - - - - - - - - - - - - x x x x x
VI - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - x

Legenda:

I. Treinamento

II. Coletas de campo;

III. Implementação do banco de dados (fase I);

IV. Relatórios parciais;

V. Finalização do banco de dados (fase II);

VI. Relatório final.





Bibliografia:

Pinto-Coelho, R. M. 2002. Elaboração de um Banco de Dados sobre Recursos Hídricos em Minas Gerais - Biota Aquática com Ênfase na Bacia do Rio Doce. Projeto apresentado a FAPEMIG. Belo Horizonte, MG.

Seeliger, U. ; Cordazzo,C.; Barbosa, F. 2002. Os sites e o programa brasileiro de pesquisas ecológicas de longa duração. Belo Horizonte. 184p.

Strickland, J.D.H.; Parsons, T.R.,1968. "A pratical handbook of seawater." Fish. Res. Bd. Can. Bull., v.167, pp.311.

Korolef, F. "Determination of nutrients. In: Grasshoff, K.(ed). Methods of Seawater Analysis verlag chemie weinhein, 1976.p.








Página criada por Bárbara Aparecida da Silva Rêgo

em 14 de dezembro 2004.

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