Projeto Fapemig EDT 1541 (FAPEMIG)

Projeto FUNDEP: 5734 - RIO DOCE





Elaboração de um Banco de Dados sobre Recursos Hídricos em Minas Gerais - Biota Aquática com Ênfase na Bacia do Rio Doce.

PLANO DE TRABALHO

Biodiversidade de macroinvertebrados bentônicos no médio rio Doce

e a consolidação de um banco de dados sobre biodiversidade em recursos hídricos

Bolsa de Pós-Doutoramento (FAPEMIG)

Maria Margarida Marques

Coordenador:

Prof. Ricardo Motta Pinto Coelho

Departamento de Biologia Geral

ICB/UFMG

E-mail: rmpc@icb.ufmg.br



Justificativa:

A compreensão do funcionamento de um ecossistema aquático passa pelo estudo individualizado de seus vários componentes, o que inclui as comunidades biológicas nos diversos compartimentos do sistema. A comunidade bentônica, que se localiza no substrato que cobre o leito dos corpos d'água, é de extrema importância na dinâmica dos rios e lagos, já que é neste compartimento que ocorrem importantes processos, tais como a decomposição, remineralização esedimentação.

Além disso, muitos organismos podem ser estudados e usados para comparar e monitorar mudanças temporais e espaciais na qualidade das águas. Algas e macroinvertebrados bentônicos são os dois grupos mais frequentemente recomendados para a realização de biomonitoramento e, entre os dois, macroinvertebrados são os mais comumente usados. Esta preferência se deve às vantagens que possuem sobre os demais grupos, dentre as quais se destacam: i) sua ubiquidade, possibilitando serem utilizados nos mais variados tipos de ecossistemas aquáticos; ii) o grande número de espécies envolvidas oferece um grande espectro de respostas aos vários tipos de impactos; iii) sua natureza relativamente sedentária permitindo fácil amostragem, além de uma eficiente análise espacial dos efeitos dos distúrbios; iv) o fato de possuírem ciclos de vida relativamente longos, permitindo a elucidação de mudanças temporais causadas pelas perturbações. Desde o início do século passado, estes organismos vêm sendo crescentemente utilizados em programas de monitoramento e existe uma grande variedade de modos pelos quais a comunidade bentônica pode ser usada na avaliação da qualidade de água incluindo-se, dentre outros, mudanças na composição genética de determinadas populações, bioacumulação de tóxicos, mudanças nos efetivos de uma população, surgimento de malformações/anomalias nos organismos, presença/ausência de espécies ou grupos indicadores ou as alterações na composição da comunidade e funcionamento do ecossistema. Entre os parâmetros de comunidade usados como medida na avaliação da qualidade da água destacam-se: diversidade de organismos, índices comparativos entre comunidades sob situações impactantes diversas, proporção de organismos indicadores de poluição, composição de espécies e abundância de grupos funcionais como os filtradores, fragmentadores e raspadores.



Relevância:

O projeto pretende gerar um banco de dados georreferenciado envolvendo variáveis físico-químicas ao lado de variáveis ligadas ao inventário da biodiversidade aquática no médio Rio Doce. No futuro, este banco de dados será estendido para as principais bacias hidrográficas de Minas Gerais mas será inicialmente aplicável à bacia do rio Doce, onde serão feitas coletas em diferentes sistemas lóticos e lênticos cobrindo toda a extensão da bacia e os diferentes tipos de impactos antrópicos ali existentes.



Objetivos específicos:

a) Coletar amostras de macroinvertebrados bentônicos em ambientes lênticos considerados estratégicos ao longo da bacia do médio rio Doce devidamente descritos na proposta do convenio Fapemig/Fundep 5734 Rio Doce;

b) coletar amostras de macroinvertebrados bentônicos em ambientes lóticos considerados estratégicos e representativos ao longo da bacia do médio rio Doce devidamente descritos na proposta do convenio Fapemig/Fundep 5734 Rio Doce;

c) realizar uma pesquisa bibliográfica sobre os trabalhos já existentes voltados à comunidade de macroinvertebrados bentônicos na região de estudos;

d) associar os dados já existentes na literatura e os novos dados a serem obtidos sobre a comunidade de macroinvertebrados bentônicos com as informações físico-químicas da água na bacia do rio Doce;

e) organizar os dados para que sejam disponibilizados, para a consulta a diferentes tipos de usuários, em um banco de dados georreferenciado, acessível via Internet (www);

f) orientar e auxiliar os demais bolsistas IC nos trabalhos sob suas responsabilidades;

g) assessorar o coordenador geral do projeto sobre o andamento dos trabalhos sob responsabilidade dos demais bolsistas;

h) participar de dois seminários de avaliação do projeto e apresentar os dados até então obtidos;

i) propor medidas de manejo e recuperação dos ambientes estudados.



Contribuição da bolsista nas atividades do projeto:

Participar da organização geral do projeto, principalmente buscando manter coeso o grupo da UFMG com o grupo do IGAM. A sua atividade central será a organização dos dados para que eles possam entrar no banco de dados sobre a biodiversidade aquática. Ela ainda deverá cuidar da logística da reunião de avaliação anual do projeto que deverá ser marcada e organizada pelo coordenador da pesquisa. Ela deverá participar das coletas de campo e recolher os dados de cada subgrupo de trabalho, verificar a consistência dos dados de cada grupo (propriedade das identificações, consistência dos dados de abundância e biomassa) e formatar as entradas do banco de dados. A bolsista de PD será ainda a responsável pelos aplicativos GIS vinculados ao banco de dados.

Atividades previstas:

(a) participação nas coletas de campo;

(b) verificar a consistência, a formatação e a entrada de dados no banco de dados;

(c) obtenção da base de dados cartográficos, censitários e imagens de satélites;

(d) participar das reuniões periódicas com todos os integrantes do grupo de pesquisas da UFMG e do IGAM;

(e) trabalhar na integração dos grupos de pesquisa do IGAM e da UFMG;

(f) redigir pelo menos dois manuscritos científicos voltados ao uso de banco de dados sobre biodiversidade aquática e sobre o impacto das atividades humanas na bacia sobre as comunidades aquáticas;

(g) participar - com apresentação de trabalhos - de eventos científicos ligados à área de atuação do projeto;

(h) ter uma dedicação exclusiva ao projeto de pesquisa.



Materiais e Métodos:

Durante as campanhas de amostragem semestral, nos períodos de seca e chuva, serão realizadas coletas da água dos rios e lagos e coletas da fauna bentônica dos mesmos ambientes. Para cada lago será escolhido um ponto de amostragem central na região limnética e um ou mais pontos de amostragem na região litorânea, levando em consideração a heterogeneidade ambiental de cada lagoa. Nos rios, será determinado um único ponto de amostragem em cada margem do curso d'água.

As mesmas variáveis ambientais serão medidas em cada ponto em todas as campanhas de amostragem, tal como descrito na proposta do convênio Fapemig/Fundep 5734 Rio Doce. As amostras da comunidade de macroinvertebrados bentônicos serão colhidas em replicatas, utilizando-se draga de Ekman, rede de arrasto (surber) ou conchas metálicas de fundo perfurado, dependendo do tipo de substrato de cada local. Os organismos encontrados serão identificados até o menor nível taxonômico possível (família, gênero e, para alguns grupos, espécie).



Expectativas:

A partir das atividades propostas espera-se conseguir um retrato fiel da comunidade de macroinvertebrados bentônicos nos vários sistemas aquáticos do médio rio Doce. Por refletir as condições de seu habitat, esta comunidade permitirá fazer uma série de associações entre a biota e as características físicas e químicas das águas e também inferências a respeito do estado de degradação ou conservação dos recursos hídricos em questão. A partir de então será possível propor medidas de manejo e recuperação dos ambientes estudados e sugerir aos órgãos públicos responsáveis a adoção de políticas adequadas que visem a melhoria geral da qualidade de água de forma a garantir aos vários setores da sociedade a possibilidade de múltiplos usos deste recurso.





Cronograma:



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II x x x x x x x x x x - - - - - - - - -
III - - x - - - - - x - - - - - x - - - - - x - - -
IV - - - - - - - - x x x x x x x x - - - - - - - -
V - - - - - - - - - - - - - - x x x x x x x x x -
VI - - - - - x - - - - - x - - - - - x - - - - - -
VII - - - - - - - - - x x - - - - - - - - - x x x
VIII - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - x x


Legenda:

I - Obtenção da base cartográfica;

II - Aquisicação, organização e testes nos equipamentos adquiridos;

III - Coletas de campo;

IV - Implementação do banco de dados

V - Consolidação do banco de dados

VI - Relatório parcial

VII - Publicações referenciadas

VIII - Relatório Final




Página criada por Ricardo Pinto Coelho

em 14 de dezembro de 2004

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