Projeto Fapemig EDT 1541 (FAPEMIG)

Projeto FUNDEP: 5734 - RIO DOCE







Elaboração de um Banco de Dados sobre Recursos Hídricos em Minas Gerais -

Biota Aquática com Ênfase na Bacia do Rio Doce.







Bolsa de Iniciação Científica

Estrutura da comunidade de fitoplâncton e micro-algas lóticas (potamoplâncton) na bacia do Rio Doce, Minas Gerais





PLANO DE TRABALHO

Maíra Oliveira Campos







Licenciada. Bacharelado em Ecologia em curso. Décimo Período.





Coordenador

Prof. Ricardo Motta Pinto Coelho

Departamento de Biologia Geral

ICB - UFMG

31270-901 Belo Horizonte (MG)

Telefax 031 3499 2605

E-mail: rmpc@icb.ufmg.br







Resumo

A bolsista deverá participar de três excursões de campo, com duração de 10 dias cada, realizando coletas de de água para determinações físico-químicas e biológicas. As coletas de material biológico serão feitas utlizando garrafas amostradoras de Van Dorn (2 l) ou redes de plâncton (60 e 90 um). De cada amostra, a bolsista deverá triar sub-amostras para determinações de bactérias de vida livre, flagelados heterotróficos, ciliados, microalgas (fitoplâncton e potamoplâncton), perifiton, microzooplâncton e mesozooplâncton. No laboratório, a bolsista deverá identificar, foto-documentar e quando possível desenhar (estruturas) os organismos pertencentes ao fitoplâncton (nano e pico algas), micro-algas lóticas e perifiton. As pico-algas (<2 um) serão enumeradas segundo a técnica da microscopia de epifluorescência (DAPI), as demais algas serão enumeradas utilizando-se cubetas de contagem específicas, através da técnica de microscopia (normal e invertida) de campo claro. A bolsista deverá elaborar uma planilha com os dados acima.





Introdução

O conhecimento da dinâmica da comunidade dos microorganismos produtores primários (fitoplâncton, perifiton) é relevante não apenas por sua importância para a produção primária dos ambientes aquáticos (litorâneo e limnético), como também por serem as flutuações temporais e espaciais em suas respectivas composições e biomassa indicadores eficientes das alterações sejam elas naturais ou antrópicas nos ecossistemas aquáticos. Além disto, o curto tempo de geração das algas (horas-dias) permite que importantes processos sejam mais bem compreendidos. A comunidade fitoplanctônica tem sido muito útil como modelo de estudos, tais como modelos de dinâmica de nutrientes, para um melhor entendimento de outras comunidades e dos ecossistemas em geral. Sendo assim, essas comunidades são elementos centrais na elaboração de estudos visando o manejo ambiental, modelos sobre estimativas de fluxo energético entre os diferentes níveis da cadeia trófica e a capacidade de suporte do sistema. (Bozelli, 2003).



A Mata Atlântica está entre os biomas mais ameaçados do Brasil, pois apresenta altíssima biodiversidade, sendo considerado o mais prioritário para a conservação da biodiversidade em toda a região neotropical. O vale do médio Rio Doce (MG) abriga mais de 60% da biodiversidade da Mata Atlântica, incluindo uma percentagem ainda maior das espécies endêmicas a esse bioma. A Mata Atlântica do vale do Rio Doce foi reduzida a 4-5% de sua extensão original na região. A Mata Atlântica e o sistema lacustre do médio Rio Doce constituem o maior remanescente do bioma Mata Atlântica em Minas Gerais, totalizando 36.000 ha de florestas, em sua maior parte secundária, entremeadas por um sistema lacustre com cerca de 130 lagos nos mais variados estágios de evolução.(Seeliger, 2002).



Com este trabalho pretendemos fornecer informações biológicas sobre a qualidade das águas, de modo que se reflita mais rapidamente e especificamente aos diferentes impactos antrópicos sobre estas. O monitoramento de alguns lagos próximos aos cursos d'água que atravessam o PERD, é um dos principais fomentos desta pesquisa, onde os resultados poderão ajudar a prevenir ou mitigar sutis efeitos antrópicos indesejáveis sobre essa importante reserva de Mata Atlântica. (Pinto-Coelho, 2002).



Este trabalho é importante por ser pioneiro na tentativa de identificar, quantificar e registrar os organismos que compõem a comunidade zooplanctônica da região do vale do aço com a formação de um banco de dados que será disponibilizados na WEB.



Objetivo Geral

O presente projeto pretende implementar coletas e organizar as informações pré-existentes no sentido de gerar e disponibilizar via internet, um banco de dados georeferenciado contendo dados sobre composição, abundância e biomassa dos principais componentes da flora e fauna aquáticas na bacia do Rio Doce.



Objetivos específicos

a) Avaliar o estoque de espécies componentes das microfloras aquáticas (picoplâncton, nanoplâncton, fitoplâncton de rede e perifiton) de ambientes aquáticos na bacia do Rio Doce. Essa avaliação e pré-requisito para se avaliar o impacto de deferentes níveis de atividades antrópicas nos padrões de riqueza em espécies, abundância e biomassa da comunidade em geral.

b) Pesquisar, congregar e compilar toda a informação previamente publiccada em artigos científicos, relatórios técnicos, dissertações e teses de pós-graduação contendo dados sobre a composição da algológica em sistemas lóticos e lênticos pré-selcionados no médio rio Doce.

c) Correlacionar esses dados com a qualidade de água e formas de manejo existentes nos sistemas aquáticos estudaddos sobretudo levando em consideração as ações antrópicas e sua importância na modificação das características dos mesmos.

d) Organizar os dados para a sua disponibilização, para a consulta, em um banco de dados geo-referenciado, acessível via Internet (www).





Metodologia

Inicialmente serão feitas coletas sazonais em sistemas lóticos e lênticos da bacia do Rio Doce com diferentes tipos de impactos antrópicos. As coletas de material biológico serão feitas utlizando garrafas amostradoras de Van Dorn (2 l) ou redes de plâncton (60 e 90 um). As amostras serão analisadas no laboratório de Limnologia da UFMG. Para análise do fitoplâncton as mostras serão fixadas imediatamente após as coletas com solução de lugol acético. Serão realizadas análises qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctônica. Para a análise qualitativa, as amostras serão analisadas sob microscópio óptico em aumento de 400x. Para a identificação taxonômica do fitoplâncton, quando possível á nível específico, serão consultadas as chaves de identificação de Pádisac, 2002 e Bourrely, 1968-1970-1972.



O perifiton será avaliado a partir de amostras de diferentes substratos ( pedras, pedregulhos,troncos e vegetação alócone), colhidas aleatoriamente e acondicionadas em frascos plásticos e fixadas com formol 4%. Em laboratório, o material perifítico será removido por agitação e submetido à clarificação (Moreira & Filho, 1981). As pico-algas (<2 um) serão enumeradas segundo a técnica da microscopia de epifluorescência (DAPI). Deverá-se foto-documentar e quando possível desenhar (estruturas) os organismos.



Para análise quantitativa será realizada uma contagem de organismos através do método de sedimentação (Utermöhl, 1958), em campos aleatórios, sob microscópio invertido. A densidade dos organismos será calculada segundo Vilafañe e Reid (1995) e expressa em células/ml.



O biovolume será determinado a partir da forma das células, após medição utilizando-se uma ocular biometrada de um mínimo de 20 indivíduos de cada espécie. Para a obtenção destas estimativas, será utilizado o programa de contagem de plâncton Algamica desenvolvido por Hamilton & Gosselain (1990). O biovolume será expresso em m3/l.



Para a pesquisa bibliográfica sobre as publicações pré-existentes serão feitas visitas periódicas as bibliotecas da UFMG (central, ICB, Medicina e Veterinária), do CETEC-MG, do IEF/MG, IGAM, IBGE e outras que forem de interesse. As publicações existentes em outras bibliotecas serão acessadas através do serviço de comutação bibliográfica (COMUT) e portais de Internet (i.e: CAPES). Toda as referências que atenderem aos objetivos do projeto serão copiadas, catalogadas e farão parte do acervo bibliográfico do projeto.



Os dados serão colocados em planilhas eletrônicas (MS-Excel) padronizadas e que servirão como uma plataforma comum para exportar os dados ao banco de dados. Far-se-ão ainda análises estatísticas com o auxílio de softwares a serem ainda definidos visando os seguintes objetivos específicos:

(a) verificar o erro de amostragem;

(b) verificar as diferenás espaço-temporais entre as amostras;

(c) verificar a existência de padrões temporais na biodiversidade dos grupos estudados.

Resultados esperados

Através da análise dos dados espera-se identificar, quantificar e registrar os organismos fitoplanctônicos presentes nos ambientes estudados. Pretende-se também fazer a associação destes organismos com a qualidade de água dos ambientes, identificando-se assim aqueles que são indicadores de qualidade.





Cronograma



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I - - xx - - - - - xx - - - - - xx - - - - - xx - - -
II - - - - - xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx xx -
III - - - - - xx - - - - - xx - - - - - xx - - - xx - -
IV - - - - - - - - - - - - - - - - - - xx xx xx xx xx xx
V - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - xx


Etapas

I. Coletas de campo;

II. Implementação do banco de dados (fase I);

III. Relatórios parciais;

IV. Finalização do banco de dados (fase II);

V. Relatório final.



Bibliografia

Bozelli R.L.; Huszar V.L.M. 2003. Comunidades Fito e Zooplanctônicas Continentais em Tempo de Avaliação. Limnotemas 3.

Sociedade Brasileira de Limnologia.

Moreira, I. M. V. & Filho, H. M. 1981. Contribuição ao estudo das Bacillariophyceae ( Diatomáceas) de Caiobá, estado do Paraná, Brasil. Acta Biol. Par., 10/11:157-197.

Pinto-Coelho, R. M. 2002. Elaboração de um Banco de Dados sobre Recursos Hídricos em Minas Gerais - Biota Aquática com Ênfase na Bacia do Rio Doce. Projeto apresentado a FAPEMIG. Belo Horizonte, MG.

Seeliger, U. ; Cordazzo,C.; Barbosa, F. 2002. Os sites e o programa brasileiro de pesquisas ecológicas de longa duração. Belo Horizonte. 184p.

Utermöhl, H.. Zur Vervollkomnung der quantitativen phytoplankton-methodik. Mitt. Int. Verein. Theor. Angew. Limnol, Vol. 9, 1958. p. 1-38.

Villafañe,V.E. & Reid, F.M.H. 1995. Metodos de microscopia para la cuantificacion del fitoplancton. In: Manual de Métodos ficológicos. Aveal,K; Ferrario,M.E. Eds E.C.Oliveira y E. Sar. Universidad de Concepción- Chile.


Página criada por Ricardo Pinto Coelho

em 14 de dezembro de 2004

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