LAGOS DO MÉDIO RIO DOCE



Uma grande parte do presente projeto foi e está sendo desenvolvida nos lagos do médio Rio Doce. Escolhemos, a princípio, cinco lagos sendo dois deles localizados dentro do Parque Estadual para iniciar os nossos trabalhos: a lagoa da Carioca e o lago D. Helvécio. O lago D. Helvécio foi estuado em junho de 2007 e novamente em maio de 2008. A Lagoa da Carioca foi estudada em maio de 2008. Em junho de 2008, mais três lagos, todos eles situados fora do Parque do Rio Doce, foram estudados: lagoa de Águas Claras, lagoa Malba e a Lagoa Jacaré. em Abaixo, fotografias de alguns dos lagos estudados.



Figura 1 - Lago D. Helvécio (em cima, à esq.), lagoa da Carioca (em cima, à direita), lagoa Malba (em baixo, à esquerda) e lagoa de Águas Claras (em baixo, à direita). Observar o formato claramente dendrítico do lago D. Helvécio. Tanto o lago D. Helvécio (que é também chamado lagoa do Bispo) quanto a lagoa da Carioca estão localizados dentro do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) um dos maiores remanescentes do bioma Mata Atlântica que dominava a paisagem do sudeste brasileiro antes da devastação inciada ainda na época colonial. O parque conta com uma área aproximada de 35.000 ha e uma completa infra-estrutura para garantir a boa preservação física desses lagos. Já as lagoas de Àguas Claras e Malba estão localizadas fora do parque em áreas de cultivo de Eucalyptus. Todas as lagoas acima, exceto a lagoa Malba têm a sua comunidade de peixes dominada por espécies exóticas principalmente a piranha e o tucunaré. A lagoa Malba, ao contrário, não apresenta espécies exóticas de peixes. Fotos de rmpc.



Os dois primeiros lagos acima foram escolhidos, em primeiro lugar, porquê são dois sistemas lacustres muito bem estudados, através de uma longa série de pesquisas limnológicas . Dessa forma, são lagos onde já se acumula um considerável conhecimento limnológico, condição muito importante para que se dê o incío de um projeto na área de hidroacústica. Outra razão está ligada ao fato de que são lagos muito diferentes tanto em termos morfométricos quanto em vários aspectos limnológicos e ecológicos. O lago D. Helvécio é o lago natural mais profundo e um dos maiores lagos naturais do Brasil Além disso, é um lago com uma morfometria complexa apresentando um formato dendrítico característico com vários compartimentos bem distintos. Dessa forma, é provável que possa apresentar diferentes condições ecológicas ao longo desses compartimentos. A lagoa da Carioca, por outro lado, é um pequeno lago com uma morfometria simples, relativamente profundo e bastante estável sob o aspecto térmico. Apresenta apenas um breve período de circulação da coluna de água. Por conseguinte, trata-se de um sistema homogêneo, bastante estável e um ambiente ideal para se estudar os impactos das introduções de espécies exóticas de peixes fenômeno que ocorreu há algumas décadas em vários lagos da região. Mesmo considerando todas essas diferenças, todos os dois lagos têm em comum o fato de que são infestados por piranhas e tucunarés. O zooplâncton desses dois lagos, embora apresente grandes diferenças em termos de riqueza de espécies, têm em comum o fato de que são amplamente dominados por chaoboridae.

As lagoas de Águas Claras e do Jacaré (não representada acima) foram escolhidas pelo fato de que também apresentam espécies exóticas e ainda estão em área reflorestada com Eucalyptus. A lagoa de Águas Claras é a menor delas muito embora seja menos disturbada em suas margens. A lagoa do Jacaré é uma lagoa relativamente grande, com formato dentrítico e que apresenta uma grande diversidade de biótopos da zona litorânea. Finalmente, a lagoa Malba é tambem uma lagoa relativamente grande, com formato tipicamente dentrítico. O aspecto mais importante dessa lagoa é o de que ela não apresenta espécies exóticas de peixes. Assim, o estudo hidroacústico desses lagos procurou responder, testar ou comprovar as seguintes hipóteses:



Tabela 1 - Conjunto de hipóteses testadas nas diversas excursões realizadas com a sonda hidroacústica nos lagos do médio rio Doce.

1 Podemos realizar estudos batimétricos confiáveis usando o sistema Biosonics DT-X em lugar das sondas batimétricas convencionais, em conjunto com outras atividades?
2 Há diferenças no padrão de migração diurna de dipteros chaoborideos entre esses lagos? Quais seriam as razões que explicariam essas diferenças?
3 Estudos anteriores sugerem que os chaoborideos desempenham um papel ecológico chave nos lagos onde houve introdução de pexies exóticos. Qual é a importância real desses chaoborideos? São as suas densidades realmente elevadas nesses sistemas?
4 Existem grande diferenças em termos de densidades de peixes entre os dois lagos?
5 Qual(ais) é (são) os padrões de distribuição de peixes nesses dois lagos?
6 Existe alguma relação entre os comportamentos dos peixes e os padrões de migração vertical diurna de chaoborideos?

A grande maioria dos lagos do médio rio Doce embora sendo muito diferentes sob vários aspectos ecológicos têm em comum o fato de que ambos sofreram enormes impactos ecológicos advindos da introdução de espécies exóticas de peixes. Duas espécies exóticas sobressaem nas capturas, nos dias atuais, a piranha vermelha que foi trazida do Pantanal e o tucunaré que é nativo da bacia amazônica.



Figura 2 - Piranhas coletadas com redes de espera no lago D. Helvécio. Captura de Ricardo MP Coelho e Tiago G. Mota. Foto de RMPC.



Convidamos aos nossos usuários a clicarem nos ícones relativos aos lagos D. Helvécio, Carioca, Águas Claras, Malba e Jacaré onde haverá informações adicionais onde cada uma dessas questões será abordada em detalhes.



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Última atualização em 16 de agosto de 2017
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